segunda-feira, 30 de março de 2009

Nova reforma ortográfica é aprovada no Brasil



O Acordo Ortográfico e as dúvidas dos próprios especialistas,
Professores, editores e revisores já os deixam de cabeça quente com o que muda e o que fica depois da reforma.

A questão do hífen nas locuções não está explicada. Todas elas perderam o hífen, como dona de casa, pé de cabra. Mas pé-de-meia ficou. Qual foi a regra adotada pela ABL? Antes a regra era: pé-de-cabra com hífen era a ferramenta; pé de cabra sem hífen referia-se à pata do bicho. Você poderia até discordar. Mas era uma regra. E agora? Outro problema está nos acentos diferenciais, que vai dar margem a confusão. Imagine a manchete: Decisão do Detran para Paulista. Você põe acento em "pára", como era antes e acabou de criar um problema na cidade. Por outro lado, regra pode ser somente específica para aquela região e até ajudar.

Todas as reformas ortográficas são discutíveis. O «ótimo» era que não houvesse «fatos», nem «contatos», nem «batismos» na ortografia, mas não virá grande mal ao mundo, por isso...
A verdade é que nunca houve nem haverá reformas consensuais. Em todas as reformas ortográficas existiram sempre motivos políticos, económicos ou outros subjacentes. E por que não? Não fora assim, ainda hoje escreveríamos como nos tempos da primeira dinastia.
Mais recentemente, em Portugal, desde a fundação da República, já houve várias reformas ortográficas e penso que, ficar insistindo, aos quais damos a importância de gigantes, é coisa que não ajuda nada à unificação da escrita do português em todo o mundo onde estamos espalhados e pela qual nos devemos bater sem complexos... de superioridade, inferioridade ou legitimidade, aliás como fazem inteligentemente e sem pruridos os ingleses, os franceses e os espanhóis.
Neste problema ortográfico, como noutros, a discussão sem fim nem soluções à vista devido ao caricato da eterna teimosia nacional, é simultaneamente a origem e o resultado do nosso atraso proverbial.
Ainda hoje há quem defenda que não devíamos ter deixado de escrever «Pharmácia» e outras «couzas». Geralmente são os mesmos que proclamam os exageros doutras modernices que utilizam no seu dia a dia e lhes dão muito jeito…
É claro que não estou falando aqui de novos termos técnicos cuja introdução, na fala e na escrita corrente, parecem um perfeito desastre. Mas até a muitos deles vamos ter que nos habituar irremediavelmente, com acordo ou sem acordo ortográfico, para desespero dos puristas da nossa língua.


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