quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

As "barrigadas" do Jornalismo



A imprensa, tanto no Brasil quanto no exterior, tem a cada dia cometido inúmeros deslizes e erros gravíssimos de deturpação da informação.

O termo, ou melhor, jargão jornalístico "barriga", foi criado para designar os vacilos dos jornalistas, assim como o "furo" representa aquela notícia "bombática" veiculada exclusivamente por um veículo de comunicação, em "primeira mão". A útima e mais recente "barrigada" da mídia mundial e principalmente nacional, foi o caso da brasileira Paula de Oliveira, uma jovem, que diz ter sido atacada por neonazistas, em Zurique,onde vive atualmente. A brasileira teria comunicado aos amigos sobre sua suposta gravidez de gêmeos em um e-mail com uma imagem de ultrassonografia falsa. Ela afirmou ter sido atacada e, por isso, sofreu um aborto. Em seu corpo, os supostos agressores teriam talhado as letras SVP, em referência ao partido que defende posições duras contra a imigração. No fim de semana, o pai de Paula, Paulo Oliveira, afirmou que não tinha provas da gravidez da filha. Ele acredita que em qualquer circunstância, a filha é vítima da agressão ou vítima de graves distúrbios psicológicos, afirma que não duvida da versão da filha, sustentada desde o início e que não tem motivos ainda para duvidar. Na última sexta-feira, a polícia apresentou seu laudo médico, concluindo que Paula não estava grávida e alertando que privilegiaria a suspeita de que teria mutilado a si própria. Outros detalhes no vídeo abaixo:






Infelizmente, no entanto, as "barrigas" e os "micos jornalísticos" não são coisas do passado e povoam os nossos veículos o tempo todo, colocando em cheque a credibilidade da imprensa e dos jornalistas. No passado, o caso "Escola base", marcou a sociedade, e mostrou, mais do que nunca, a gravidade e os prejuízos irreparáveis que a falta de informação correta trás para a sociedade.

Em um modo geral, estas "barrigas" estão acompanhadas de alguma verdade, afinal, as fontes muitas vezes são pesquisadores de universidades de prestígio em todo o mundo, fontes ligadas à pessoas importantes e de renome e que reportam fatos aos profissionais da imprensa pouco atentos. Hoje, por exemplo,a Internet tem propiciado,
pela aceleração e pelo volume de informação, o grande número de "barrigadas", mas também pela pressa e pela falta de atenção e apatia, além da falta do espírito crítico de muitos jornalistas.

Enfim, os jornalistas estão cada vez mais vulneráveis às "barrigas" porque, sem tempo para checar as informações e na busca fervorosa por "furos", acabam por "acreditar" nas fontes. Como é de conhecimento dos jornalistas e de todo o mundo, o caso da "Escola Base", onde a falta da confirmação da informação gerou prejuízos irreparáveis aquela época, e em muitas outras situações que, infelizmente, envergonham a mídia brasileira e mundial.
Talvez a imprensa prefira ouvir apenas as empresas por uma questão de interesses dos "donos da mídia", que muitas vezes, são políticos ou detentores de grande capital em dinheiro e que nada sabem sobre o "fazer jornalístico", mas se preocupam prioritariamente em agradar o mercado e satisfazer os seus próprios interesses. Na falta de de prática, ou do não cumprimento do seu papel, o jornalista que não se atenta para a veracidade dos fatos e cede à essas pressões costumeiras, coloca nao só em risco a sua carreira, como ofusca o brilho e a credibilidade da profissão, e causa prejuízos irreparáveis à todos, filhos da negligência da informação errada, e mais uma vez, é a sociedade que paga a conta.


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